
Foto: Divulgação
O mês de março recebe a cor Amarela para alertar para a endometriose, doença que se caracteriza pela presença do tecido que reveste o interior do útero (endométrio) fora da cavidade uterina e pode estar presente nas trompas, ovários, bexiga, - intestino e vários outro.
Segundo a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), a endometriose afeta pelo menos 10% das brasileiras, especialmente entre 25 a 35 anos, que sofrem com sintomas como infertilidade, cólicas fortes (que pioram com o passar do tempo), dores durante a relação sexual, desconforto ao evacuar e urinar e até mesmo dores na região lombar e - nas pernas.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença costuma ser tardio, de 7 a 10 anos após o aparecimento dos sintomas. Muitas vezes pela demora das mulheres em buscar ajuda, outras por acharem que as cólicas (umas das principais queixas) são normais e por não terem encaminhamento para exames mais precisos, entre outros.
Os principais exames para detectar a endometriose são a ultrassonografia transvaginal, e ressonância magnética da pelve e laparoscopia.
“A laparoscopia permite tanto o diagnóstico exato como o tratamento, pois se no momento do exame for identificado o problema é possível corrigi-lo sem que a paciente precise se submeter novamente a outro procedimento”, explica o cirurgião geral com mais de 10 anos de experiência em laparoscopia Róger Berçot.
O cirurgião ressalta que a laparoscopia é um procedimento seguro, minimamente invasivo em que pequenas incisões são realizadas na região abdominal para a introdução do laparoscópio, aparelho conectado a uma câmera que permite que o médico visualize em vídeo a região a ser examinada ou tratada.
“A vantagem do tratamento é porque ele retira os focos da doença contribuindo não apenas para reduzir dores, mas também reverter a infertilidade que é um efeito muito comum da endometriose e que por meio apenas de medicamentos , - na maioria das vezes,- não é tratável, tendo em vista que o tratamento medicamentoso se destina ao alívio da dor e não remove os focos de endometriose”, acrescenta.
Em alguns casos, a falta de tratamento para a endometriose pode levar a problemas mais graves, como obstrução intestinal, se houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados.
“Dependendo do estágio da doença, varia o grau de dificuldade da cirurgia. Por isso, deve-se procurar um cirurgião com experiência, porque a endometriose pode não estar limitada apenas ao útero, como também em outros órgãos, como o intestino. Ressalto que cada paciente é única e a condução de tratamento deve ser avaliada caso a caso pelo médico responsável”, diz Róger Berçot.
SUS
Segundo o Ministério da Saúde, há disponível no SUS o tratamento clínico e o cirúrgico, este último indicado quando os sintomas são graves, incapacitantes e quando não houver melhora com tratamento clínico.
Importante destacar neste Março Amarelo que não existe prevenção para a doença e por isso é necessário dar atenção aos sintomas.
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